O bairro Saco dos Limões, em Florianópolis, classificado como Sub-Distrito da Sede do Município, possui uma infraestrutura que foi profundamente alterada por intervenções viárias. Originalmente caracterizado por uma planície costeira e uma praia argilo-lodosa com características de mangue, sua paisagem mudou drasticamente com a construção da Avenida Prefeito Waldemar Vieira e, mais significativamente, da Via Expressa Sul a partir de 1996. Essas obras envolveram grandes aterros hidráulicos, que demoliram os tradicionais ranchos de pescadores e afastaram as construções do mar, redefinindo a orla. A infraestrutura urbana se organiza em torno de uma rua principal com ramificações em “espinha de peixe”, e uma pequena área com loteamento antigo de traçado retangular. Apesar das mudanças, a presença de uma capela e, posteriormente, da Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, inaugurada em 1962, indica uma infraestrutura comunitária e religiosa consolidada.
A população do Saco dos Limões tem raízes históricas que remontam ao final do século XVIII, com uma colonização ligada à agricultura de subsistência e à produção de cal. A atividade pesqueira, especialmente a coleta de camarão e berbigão, era central, com ranchos de pescadores ao longo da praia. No entanto, o número de pescadores profissionais diminuiu, com a maioria atuando de forma amadora para complementar a renda familiar. As transformações urbanísticas, como a implantação da Via Expressa Sul, impactaram a vida da comunidade, alterando o acesso ao mar e as práticas tradicionais. A população se adaptou a essas mudanças, mantendo um senso de comunidade em um bairro que hoje é um importante ponto de passagem.
Economicamente, o Saco dos Limões historicamente se destacou pela produção de cal (caieiras), pesca e cultivo de mandioca, café e cana-de-açúcar para consumo local. A fruta, especialmente o limão, era um item muito procurado por embarcações para prevenir o escorbuto, o que conferiu ao local um papel estratégico no abastecimento de navios. Atualmente, com a redução da pesca profissional e as intensas modificações na paisagem costeira, a economia do bairro foi reorientada. Embora o texto não detalhe novas atividades econômicas predominantes, a localização estratégica, ligada às principais vias de acesso da ilha, sugere um potencial para serviços e comércio que atendam ao fluxo de veículos e à população que reside ou transita pela região. A proximidade com o Centro de Florianópolis também influencia a dinâmica econômica, oferecendo oportunidades de trabalho e consumo em outras áreas da cidade.
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